Limite ou Realidade
Sabemos que buscar a realização é do homem, ou seja, o ser humano sempre busca agir de acordo com seus interesses no sentido de se impor, deixar sua marca ou de transformar a sua realidade, de algum modo, o que é perfeitamente normal.
Porém, nem sempre o homem consegue o que quer, às vezes, ele é limitado ou por sua própria constituição, ou pela realidade que o cerca, ou pelas circunstâncias, ou ainda por interesses de outrem, que definitivamente não são os seus, mas que certamente o impõem limites, o que também é perfeitamente normal e, aliás, bastante saudável.
É assim que as coisas se dão e essa tensão constante entre o que diz respeito ao interesse de um indivíduo em oposição ao interesse de outro, que algumas vezes se vê limitado, é que torna possível a colaboração, uma vez que a limitação o faz se sentir obrigado a unir forças se é que deseja algum espaço próprio.
Ou seja, conviver com limites deveria ser perfeitamente normal e não uma experiência que leva a um estado de frustração sem fim que acaba sendo imobilizante, uma vez que os limites são nosso contato com a realidade. São os limites que nos mostram quem somos num determinado momento, expõem nossas fraquezas, nos dão uma ideia do que podemos ou não fazer, além de apontarem para novas possibilidades, como a colaboração, por exemplo.
Os limites são impostos naturalmente através da convivência humana e são introduzidos e trabalhados pela família, ou, pelo menos, deveriam ser para que os conflitos fossem resolvidos de forma mais equilibrada. A distorção está na falta de limites, pois sem eles o homem é afastado da realidade se colocando numa posição de eterno injustiçado e ressentido sem nenhuma obrigação de ceder ou colaborar, o que torna a vida em sociedade quase que impossível.
Contudo, limite não quer dizer falta de liberdade, muito pelo contrário, pois é preciso que haja um ambiente de liberdade que favoreça a autonomia do indivíduo para que este possa se dedicar a esforços voluntários combinados com pessoas de sua escolha para a realização de metas compartilhadas para benefício mútuo, o que implica reconhecer que essa liberdade também não é absoluta, pois colaboração requer acordos que moralmente limitam as ações dos indivíduos.
Percebe, mais uma vez é o limite chamando para a realidade e a realidade só passa a ser totalmente hostil se o indivíduo estiver fora dela, o que só é possível na sua cabeça, a partir de uma mentalidade distorcida e autoritária.
Limite não é privação de liberdade, não é incapacidade nem opressão alguma. Limite é uma forma de se orientar no mundo e para quem deseja chegar lá, seja onde for, precisa saber onde está.
Fica a dica, tenha limites para ser feliz, porque felicidade é aqui e agora.
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