Diga Não à Alienação

A palavra alienação tem vários significados, está relacionada à transferência de propriedade ou de direito, como, por exemplo, a alienação de bens; pode ser encarada como o  resultado do abandono ou  efeito da falta de um direito, como no caso da alienação parental; está relacionada também com desinteresse, como, por exemplo, por questões políticas ou sociais, o que, aliás, parece ser o conceito mais conhecido, quem é que nunca ouviu de alienação política? Mas, também, tem relação com a loucura, no sentido de refletir a perda da razão ou da consciência, que faz com que o indivíduo não puxe  para si as responsabilidades que  sua vida lhe impõe, se submetendo,  assim, cegamente às  circunstâncias e vontades alheias a sua decisão  consciente. 
Bom, pensando sob essa perspectiva, seria loucura alienar-se, até porque as consequências são gravíssimas, pois a sua escolha não está mais em jogo, uma vez que um alienado não tem condições de fazê-la. Mas como isso começa, quando acontece essa decisão de não querer saber, de não se importar, de não querer responder às exigências que a vida faz a todos igualmente?
Conforme vamos caminhando pelo mundo, conforme o tempo vai passando, é natural que as responsabilidades se acumulem e o normal é que cada um responda adequadamente às mudanças que todos experimentam e às exigências que essas mudanças implicam. 
Por exemplo, quando criança, a obrigação é basicamente brincar e estudar, mas quando se chegar a adolescência, às vezes,  pode ser necessário trabalhar para ajudar a família, o que implica uma responsabilidade um pouco maior. Já quando se chega à vida adulta e se decide por formar uma família, novamente as responsabilidades aumentam, pois terá que ser capaz de sustentar a si mesmo, assim como a sua família.  Quando profissionalmente se toma a  decisão de dedicar-se a um projeto, é necessário ter consciência do que este projeto irá exigir, até para que consiga dar conta.
Diante de tantos exemplos, vê-se que alienar-se não é uma decisão acertada, mas o que leva uma pessoa a agir assim?
Eu penso que as responsabilidades não são um problema e nem devem ser encaradas como tal, mas nos dias de hoje em que é praticamente proibido frustrar-se, cuja máxima é “o importante é ser feliz” como justificativa para se realizar os propósitos mais egoístas, como se o senso de dever não levasse à felicidade, fica fácil entender porque uma pessoa decide se alienar, ela simplesmente não quer a responsabilidade e sem querer saber, se convence, de alguma forma, de que não é necessário fazer nada a respeito. Sem consciência, dá respostas apenas emocionais aos problemas que enfrenta.
Quando se trata de política, por exemplo, é bem fácil perceber tal atitude, pois  chega um momento em que se é obrigado a votar, é seu direito votar, mas sem consciência da importância disso, sem consciência de que a sua escolha irá afetar não só a sua vida,  como a vida de outras pessoas, nesse momento descobre que não tem conhecimento algum para que seja capaz de escolher. Porém, em vez de buscar esse conhecimento, em vez de tentar saber, em vez de buscar meios para que seja capaz de responder a essa nova exigência que a vida lhe impõe, uma vez que vive em sociedade, é mais fácil dizer, “não eu não gosto de política, a mim não interessa”, o que, sem dúvida, é uma resposta emocional, ou, pior ainda, simplesmente, abraçar as ideias de um grupo, o que lhe dará duas satisfações, uma de esconder a sua ignorância e outra de fazer parte de algo, o que  também  é  uma reação  puramente  emocional e muito  equivocada.
Sem dúvida a alienação é um mal, pessoas vão parar em terapeutas por esta decisão, isto pode paralisar a vida de uma pessoa e impedi-la, realmente, de alcançar a felicidade tão necessária para fazê-la chegar ao sucesso.
Não querer enfrentar as responsabilidades, não querer encarar suas deficiências, se negar a fazer algo para superá-las não é uma atitude sábia. Todos são exigidos a cada instante e ter consciência de que a cada nova responsabilidade, há também uma chance de dar uma nova resposta às exigências deste mundo, deve trazer ânimo e não  o desejo de alienar-se. 
Fica a dica, diga não à  alienação  para ser feliz, porque felicidade é aqui e agora.  

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