O Efeito Colateral de Fazer o Bem

 
De nada adianta o autoconhecimento ou mesmo a busca pelo conhecimento sem a compreensão de que estamos no mundo e é nele que interagimos e nos relacionamos com os outros.
Há quem diga não existir bem e mal, há quem relativize estes conceitos, mas se pensarmos no bem como sendo algo que gera harmonia, que conduz à prosperidade, cujas consequências são boas e vantajosas, enquanto que o mal é algo disruptivo, que desagrega, destrói e conduz à desgraça, ora, é inegável a distinção entre bem e mal, como também é inevitável perceber que há um desejo comum a todos de alcançar um certo bem-estar, de viver com alguma felicidade e de experimentar os bons resultados por suas ações, o que remete o sentido de bem àquilo que está para além de qualquer benefício próprio.
É nesse terreno, tendo em mente o sentido de um bem maior, que podemos colocar em prática aquilo que tomamos como sendo o certo a se fazer para as nossas vidas e as dos demais.
Porém, não podemos nos esquecer que vivemos numa sociedade em que é nítida a inversão de valores, onde as pessoas parecem reduzir a natureza humana àquilo que é puramente material, o que acaba por comprometer parte da nossa ação neste mundo.
Desse modo, o que seria uma atitude natural passa a ser reprimida e passamos a viver como se tivéssemos um coração de pedra ou fossemos pura razão e sabemos que não é bem assim. Somos seres complexos, somos mais do que um pedaço de carne andando por sobre este chão, assim, é preciso agir para que não nos esqueçamos de quem somos, para que a vida real nos coloque no caminho certo sem que nos percamos em puras e ideias abstratas.
Quer um exemplo disso? Que tal a caridade?
Há quem tenha preconceito com a prática da caridade, como se ela fosse um mal que amolecesse os homens, impedindo-os de alcançarem seu máximo potencial.
Besteira! Pois é justamente o contrário e através dessa prática, quer tenha ou não uma religião por trás, que se torna possível nos perceber e sentir como seres inteiros, sujeitos ao amor, uma das forças mais impulsionadoras do homem.
Nem todos estão familiarizados com a caridade, afinal, passou a ser brega ajudar o próximo, sem que este carregue um rótulo que o distinga de nós, quando o fundamento da caridade e o que ela proporciona é pura identificação, o amor por alguém que como nós está sujeito a tudo.
Pode ser um choque quando alguém, que carrega o amar ao próximo como um mandamento, se esquece que vive no século 21 e decide praticar os valores que diz ter na vida. Esta pessoa pode realmente experimentar um efeito colateral sentido no próprio corpo através de uma emoção forte que o faz lembrar do que significa ser humano. Num primeiro momento pode cair no choro, pode sentir vergonha por tamanha proximidade com o outro, um estranho, pode se sentir sem jeito mesmo, mas é a prática que traz maestria, então, eu sugiro que não desista.
O efeito colateral de viver de modo coerente com aquilo em que acredita não lhe causará nenhum estrago, ao contrário, tal atitude pode até começar a preencher aquele vazio existencial.
Fica a dica, pratique os valores que diz ter na vida para ser feliz, porque felicidade é aqui e agora.

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