O Poder da Aceitação


“Concedei-me, Senhor, a serenidade necessária
para aceitar as coisas que não posso modificar,
coragem para modificar as que posso,
e sabedoria para distinguir umas das outras.”

Quem já não ouviu isto antes?
Esta é a “Oração da Serenidade”, uma prece para inspirar pessoas a superar obstáculos que parecem intransponíveis, ajudando-as, dessa forma, a conquistar uma vida mais equilibrada e harmoniosa, uma vida mais feliz. Esta prece é trabalhada em todos os grupos de anônimos, como os Alcoólicos Anônimos e Narcóticos Anônimos, e nos grupos de Amor-Exigente.
A partir dessa oração, compreende-se várias qualidades, como a virtude da fé, a serenidade, a coragem, a sabedoria, o discernimento, todas necessárias para ajudar aquele que deseja mudar de vida. Porém, falarei aqui do poder da aceitação, talvez a mais difícil de todas elas, pois implica superar o próprio ego, ter humildade, experimentar, pelo menos, um certo desapego para que seja possível aceitar alguma coisa verdadeiramente.
E por que é tão importante a prática da aceitação? Não será uma fraqueza, simplesmente, aceitar sem lutar por aquilo que deseja?
É, exatamente, essa relutância, por considerar de modo equivocado a aceitação como uma forma de fraqueza, que torna a sua prática tão difícil. Ninguém quer ser fraco, muito menos, se ver como um fraco, assim, numa reação narcisista, a pessoa acaba focando no próprio umbigo, no seu desejo egocêntrico de se sentir o todo poderoso, desviando a atenção daquilo que realmente importa, que no caso é a circunstância que se apresenta, da qual não se tem o menor controle, logo não há o que possa ser feito, senão aceitar.
Porém, não estamos falando aqui de aceitar qualquer coisa, vejam que para as que  podemos modificar, é claro que a postura será outra. Mas quando certas situações se impõem a nós, embora experimentemos uma tristeza por não haver o que possa ser feito, insistir em relutar, em não aceitar a verdade dos fatos e a nossa total impotência diante de tal circunstância, não encarar o problema com resignação seria, completamente, inapropriado e infrutífero.
Sim, a verdade é que não podemos tudo e há momentos em que não devemos nos apegar nem às circunstâncias anteriores, nem aos nossos desejos. Tudo muda, tudo está em constante transformação, é a impermanência das coisas e quanto a isto não há nada que se possa fazer.
Não, a aceitação não é fraqueza, ao contrário, é uma qualidade que fortalece o caráter e implica combater a raiva, que é um verdadeiro veneno mental, encarar os fatos como são, até porque o contrário da aceitação é a negação, que tem o sentido de cegar-se para uma realidade e sabe o que isto pode fazer com uma pessoa? No mínimo, drenar toda a sua energia e torná-la inerte, pois não se pode mudar nada que não se saiba o que é.
Consciência é a palavra-chave aqui, através do autoconhecimento, descobrindo seus limites, suas potencialidades, suas qualidades e defeitos, através da observação atenta de si mesmo, das circunstâncias e das verdades da vida, tudo isso vai nos dando uma bagagem para que seja possível agir e não apenas reagir.
Aceitar é uma ação sábia quando no momento certo e fica ainda mais fácil quando deixamos o ego de lado, poupando, assim, nossas forças para quando for a hora de lutar.
Fica a dica, pratique a aceitação para ser feliz, porque felicidade é aqui e agora.

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