Autoconhecimento Vs. Autoimagem

        Quando falamos de autoconhecimento, falamos da incrível façanha de conhecer a si mesmo.
        E digo isto porque hoje em dia com tantos estímulos, tanta confusão e quase nenhuma orientação, conhecer-se é algo quase que de outro mundo.
        Sendo o autoconhecimento o conhecimento de si próprio, das suas características, qualidades, imperfeições, sentimentos etc; que caracterizam o indivíduo por si próprio, como, então, é possível conhecer-se?
        Ora, através da observação de tudo o que acontece em nós, partindo da percepção que temos dos fenômenos através dos nossos sentidos e também da inteligência, vamos tendo um vislumbre do que ou de quem somos, vamos tomando ciência de como e porque agimos ou mesmo reagimos de determinada forma em vez de outra, vamos aos poucos identificando algumas de nossas características, vamos reconhecendo o nosso comportamento e o que vamos descobrindo pode ser algo agradável a nós ou não. Porém, se formos bem orientados nisso, ou seja, se partirmos de uma base de valores morais sólidos, que normalmente nos são passados pela família, pela religião, encaramos todas essas descobertas como algo positivo que nos fará avançar num bom caminho. Assim, não corremos o risco de nos fechar numa autoimagem que nem sempre condiz com a realidade e que pode soar como uma espécie de aprisionamento.
        Se pensarmos em autoimagem como uma representação que alguém faz de si próprio, como uma ideia ou aquilo que se imagina de si mesmo, este conceito já nos leva a crer que a autoimagem pode não ser real, além disso, há um fato, uma realidade que se impõe a tudo e a todos que é o fato de que nada é para sempre, ou seja, tudo está em contante transformação e isto se aplica a cada um de nós também. O que é maravilhoso, pois sempre será possível fazer diferente e digo fazer, porque é interagindo que nos reconhecemos no mundo.
        A filosofia budista trata disso muito bem, pois tem no centro de suas observações a impermanência das coisas e a busca pelo desapego como forma de experimentar o verdadeiro estado de felicidade e seguir no caminho da iluminação.
        Tendo em mente que nos reconhecemos porque existe o outro e tudo o mais, porque estamos neste mundo e fazemos parte dele, também é possível nos conhecer através das expressões de outros, como o próprio legado do conhecimento da humanidade em seus registros, em sua história, pois ao entrarmos em contato com todo esse conhecimento, com essas impressões, com essas experiências, é possível imaginar como reagiríamos se fosse conosco, se estivéssemos lá e isto reforça ou mesmo nos faz reavaliar nossas crenças, valores, ideias e embora não seja uma experiência concreta, nos faz refletir sobre nós mesmos.
        Autoconhecer-se e conhecer são coisas que caminham juntas para nos elevar a um patamar diferenciado da nossa existência, pois nos faz ganhar consciência, e nos leva ao pensamento correto, a atitude correta e a uma vida digna, próspera e feliz.
        Fica a dica, conheça a si mesmo para ser feliz, porque felicidade é aqui e agora.


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