Empatia Sim, Covardia Nunca!

 
   
O ser humano é mesmo complicado, já sabemos disso, mas o que eu gostaria de chamar atenção aqui é que essa complexidade não deve ser vista como algo ruim ou negativo, ao contrário, deve ser vista como algo próprio do ser humano, algo que aponta para as suas inúmeras facetas que devem ser levadas em conta, se é que se pretende levar uma vida plena. E uma vida plena não é uma vida esvaziada, muito pelo contrário, é uma vida rica em sentido e propósito.
    Sabemos também que é do homem querer realizar, inclusive, é assim que ele se realiza, conhecendo, convivendo, construindo, transformando, se identificando, colaborando, se afeiçoando. Percebe como são muitas as formas do homem ser e estar no mundo?
    Portanto, não se deve pretender encerrar o homem num único atributo, pois dessa forma estaria podando-o de modo cruel uma vez que sua natureza estaria sendo violada.
    O ser humano tem o direito de buscar conquistar seu espaço e sua felicidade, isto é óbvio, não é mesmo, o que não parece óbvio é o quanto esse direito vem sendo subtraído do homem, pois a todo momento sua liberdade sofre algum tipo de restrição.
    Ocorre que esse direito do qual estamos falando ninguém garante, pois ele depende da liberdade, que por sua vez, depende da coragem de cada indivíduo para garanti-la e mantê-la para que possa usufruir dela.
    É aí que está a pegadinha, pois, hoje em dia, se fala muito em empatia, que é a capacidade de se colocar no lugar do outro e de tentar compreender sua visão de mundo e como se sente em relação as coisas. Porém, se colocar no lugar do outro não significa que a pessoa tenha que ser o outro, ou seja, concordar com o que ele concorda, aceitar o que ele aceita nem agir como ele age.
    É claro que a empatia favorece a colaboração entre as pessoas e pode sim diminuir conflitos, uma vez que compreendendo melhor o que o outro sente, como o outro enxerga determinada situação, bem como suas expectativas, fica muito mais fácil buscar um ponto comum ou mesmo ajudá-lo, se for o caso. E isso é bom, sem dúvida alguma.
    Porém, há uma diferença entre ser empático e ser cordeiro, até porque se a pessoa não reconhece em si mesma sua necessidade de realização, seus desejos, suas próprias expectativas ou como se sente, como é possível que ela reconheça isso no outro?
    O equilíbrio só acontece quando as forças se anulam e aí voltamos à coragem, que é a mãe de todas as virtudes, pois como lutar pela justiça para que ninguém seja privado de buscar sua felicidade? Como lutar para defender seu espaço e sua posição neste mundo?    Como se proteger ou proteger aqueles que dependem da sua pessoa? Como defender seus pontos de vista? Como ser honesto?
    Percebe que sem coragem nem mesmo a honestidade é possível e num quadro desses até a empatia estaria comprometida, pois uma coisa é pregar a empatia e outra bem diferente é praticá-la. E aquele que consegue mesmo se colocar no lugar do outro sabe muito bem que todos tem seus ímpetos e desejos de realização e conquista, o que jamais implicaria uma atitude cordeira e uma concordância cega da parte de nenhum dos envolvidos.
    Definitivamente, o equilíbrio não existe num mundo de covardes. A covardia leva à fraqueza moral, à desonestidade, à traições de todo tipo e, entre tantas outras coisas, à submissão coletiva. Triste cenário, não é mesmo?
    Fica a dica, tenha coragem para ser feliz, porque felicidade é aqui e agora.

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