O Repúdio ao Óbvio

        Sempre me pergunto por que é tão difícil mudar um comportamento. Ora, um comportamento é um conjunto de atitudes específicas de alguém diante de uma situação, tendo em vista seu ambiente, sociedade, sentimentos, grupo etc. Ou seja, é o resultado da percepção, que gera interação, o que pode transformar, modificar o estado ou desenvolvimento dos elementos envolvidos.
        Mas se a interação permite transformação, novamente surge a questão, por que é tão difícil mudar um comportamento?
        Nós percebemos o mundo e reagimos a ele, isto envolve a construção de sentimentos, uma resposta emocional, a formação de hábitos, o comportamento, a interação num ciclo quase que infinito.
        Respostas emocionais são como gatilhos que desencadeiam um resultado quase que automático e a repetição disso gera hábitos que geram comportamento que pode ou não ser adequado, pois muitas vezes percebemos as coisas de modo equivocado, o que nos faz agir de maneira imprópria aos fenômenos e situações vivenciadas. Interagimos o tempo todo porque não existimos sozinhos e o ser humano busca aceitação, mas quando o comportamento não é adequado, não somos aceitos e aí começam os problemas.
        Não há como mudar nada sem a observação atenta dos fenômenos, da realidade, de nós mesmos. Não se pode mudar nada sem a compreensão dos fatos, pois eles estão aí independente de nós, independente do que queremos ou ansiamos.
Infelizmente, hoje, o que observo é um repúdio ao óbvio, ou seja, uma completa aversão àquilo que está na cara, à vista, que salta aos olhos e que não deveria ser suscetível de dúvidas. Mas, ocorre que o homem de hoje está tão empenhado em ser aceito que responde apenas emocionalmente à realidade, desconsiderando o fato de que é um ser pensante e que por isto é capaz de desenvolver uma consciência, o que lhe permitiria agir adequadamente aos fenômenos e situações do mundo.
        Em um ambiente empresarial, onde se trabalha em equipe, o maior problema é fazer com que as pessoas não considerem as críticas como afrontas pessoais e sim como um convite à reflexão. Ora se o objetivo é o mesmo, não haveria de ser diferente, pois cada peça da engrenagem precisa se ajustar para funcionar corretamente. É óbvio que os apontamentos, neste caso, não são pessoais, mas pessoas são pessoas e embora exercendo uma função que é apenas parte do que são e não seu todo, tudo o que de fato as define como seres humanos irá impactar diretamente sobre o que fazem e como fazem.
        Pessoas querem fazer parte e ser aceitas e facilmente se amedrontam com os resultados das interações da vida, pois não conseguem nem sequer identificar se estes são positivos ou não e certas características como a inveja, o desejo de querer controlar tudo, a negligência podem interferir em todos os aspectos da vida de uma pessoa se não forem observadas e saiba que há técnicas para que se consiga fazer isto.
        Somando-se ao medo, a vontade incontrolável de aceitação cega o homem de hoje e lhe tira a capacidade de pensar e agir, reduzindo-o a um animalzinho assustado.
        Agora, se você quer mesmo mudar de vida, mudar seus rumos profissionais, seu status na sociedade, como isto será possível se negar-se a enxergar a realidade? O óbvio?
        Profissionais como um coach, por exemplo, podem conduzir a essas transformações, mas isto só será possível se de fato o interessado puxar para si a responsabilidade de encarar a realidade com atenção, de se conhecer e buscar o conhecimento apropriado para que seja capaz de atuar nesse mundo como um agente completo, consciente e razoável. Se ceder ao desejo de aceitação e ao medo, estará perdido de vez.
        Fica a dica, abra os olhos para ser feliz, porque felicidade é aqui e agora.

Comentários

  1. Concordo plenamente, é isso mesmo que acontece e dificulta tudo.

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